A sétima arte é admirada por pessoas do mundo inteiro. O que muitos esquecem é que os filmes de Hollywood são apenas parte desse imenso universo, universo o qual nem sempre é tão acessível ao público em geral.
Quem sabe muito bem dessa realidade é o diretor espanhol Tirso Calero, bem sucedido por seus trabalhos na TV espanhola, como a série "Bandolera", e que recentemente esteve no Brasil para apresentar seu primeiro longa, a comédia “Carne Crua”, no Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre. E, não tardiamente, trazemos a vocês uma entrevista com o cineasta, que nos contou um pouco de sua carreira, sua experiência no festival gaúcho, entre outras curiosidades.
Como foi o início de sua carreira e o que com você entrasse nesse ramo?
Comecei como roteirista em programas de humor na TV e passei para séries de tv e longas-metragens. Agora sou diretor de cinema, mas nunca abandono a faceta de roteirista de TV.
Você já tem diversos trabalhos conhecidos na TV espanhola e teve sua estreia nas telas justamente com "Carne Crua". Como foi a adaptação ao cinema?
O sistema de rodagem no cinema é diferente ao da televisão. É necessário mais tempo para a preparação técnica, quanto à iluminação, enquadramento de câmera... Mas o trabalho de ensaio com os atores é parecido. Tive sorte de contar com atores experientes e isso facilitou as coisas.
Seu longa foi um dos destaques da edição deste ano do Fantaspoa. Como foi a experiência no festival?
Tive uma magnífica impressão do festival, pois está muito bem organizado e pensado. É um encontro imprescindível na América Latina para o cinema fantástico e “Carne Crua” teve uma ótima recepção, o público gostou muito do filme.
Fiquei muito satisfeito. Pude desfrutar vendo a reação do público em relação ao meu filme, Fantaspoa também é uma boa oportunidade para os diretores conhecerem trabalhos de colegas e estabelecer futuras relações profissionais.
Aos que não tiveram a oportunidade de assistir "Carne Crua" no Fantaspoa, como o filme poderá ser assistido?
Dentro de poucos meses o filme será distribuído em DVD em alguns países e desejo que chegue ao Brasil.
Qual a sua visão em relação à internet como meio de acesso a filmes? O que você pensa da lei SOPA?
Na Espanha a internet tem causado muito dano à indústria cinematográfica ao fazer com que as pessoas vão menos aos cinemas, mas não podemos dar as costas às novas tecnologias.
Recentemente tive a oportunidade de entrevistar o diretor brasileiro Paulo Biscaia Filho, o qual comentou ser difícil fazer cinema no país, pelo fato de o apoio não ser grande e até pela questão do preconceito para com filmes "não-americanos". Como é o panorama na Espanha?
Na Espanha também é muito difícil rodar filmes porque nos cinemas praticamente são exibidos apenas longas norte-americanos e não se pode competir em condições de qualidade com eles.
Qual a maior dificuldade que você vê de um filme espanhol atravessar o oceano e chegar a outro continente? Como você vê o cinema espanhol no cenário mundial?
Lamentavelmente, no mundo, só se conhecem 3 ou 4 nomes de diretores espanhóis, mas isso ocorre com todas as cinematografias mundiais. Apesar de ter o mesmo idioma, os filmes espanhóis apenas chegam à América Latina e é uma lástima.
Em que você está trabalhando atualmente e quais são suas perspectivas?
Sou criador e chefe de roteirização de uma série espanhola chamada “Bandolera” e estou a ponto de começar a rodar meu segundo filme como diretor, com o nome de “Blockbuster”, que conta a história de um velho ator que resiste a abandonar a profissão.
Será rodada em preto e branco e será uma comédia dramática.
Confira o trailer de "Carne Crua":
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